sábado, 24 de novembro de 2012

Disse.

As chances, são iguais pra todos.


E estou aqui sozinha mais uma vez, com minhas duzias de xícaras e meu litro de café.
Um bilhete foi tudo que me deixou. Ontem a noite.
Preciso dizer que dormir foi algo em segundo plano enquanto te esperava?

Depois daquela briga onde você colocava todas as cartas na mesa, o que deu em você?
"Ninguém disse que seria fácil..."
Eu sei. Mas
"Ninguém também disse que seria tão difícil..."
O que eu posso fazer?
Eu estou assustada, esperando pelo pior. Fazer as malas? Esquecer o que aconteceu e deixar o dia passar como todas as outras vezes?
Você dizia que me amava? Te empurrei muito pra não me dizer mais nada?

"Ninguém disse que precisava ficar..."
Se você quiser ficar, que seja por você, porque se for por mim, talvez você nunca fique.

Eu gostaria que você ficasse, pelo menos pra conversar, tentar falar sobre isso que tanto machuca.



"Você pode ficar aqui essa noite."

"Eu posso ficar mais que isso??..."
....


"A eternidade, se quiser."

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Visão.

A respiração difícil me fazia apertar o peito com as mãos.
A tensão era esperada.
Minhas pernas bambas e minhas mãos trêmulas. As lágrimas tornavam a minha visão embaçada, mas eu não queria deixa-las cair, eu queria segura-las... Tentei, tirando força do fundo da alma, tentei conter aquele sentimento tão doloroso.
Meus joelhos se dobraram contra minha vontade, e por motivação irracional tentei apoiar as mãos no chão, retardando a queda prevista. Era tudo tão lento, os sons se foram e eu só conseguia escutar meu sangue pulsando, tão alto, tão forte. O chão era meu limite óbvio, mas parecia que minha alma continuava a cair.

Por um longo momento fiquei encarando o chão, esperando acordar. Voltar a sentir.

Quando levantei a cabeça, olhando o que havia ao redor todos os sons voltaram, tudo tão ensurdecedor.
Foi quando eu vi.


O sangue espalhado no chão, fazendo um caminho no asfalto quente, não consegui continuar a origem daquilo. Era demais. Era muito doloroso. Era ele, tinha certeza apenas por olhar de relance, seus cabelos caídos, imóveis... seus olhos abertos, opacos.

Ofegando sem necessidade, cedi.

Apaguei.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tijolos.




Ele dizia, todas as manhãs aquelas palavras que viraram mantra:

"- Hoje vai ser diferente, porque as escolhas que eu faço são os tijolos do meu caminho. Estou andando por eles agora, e enquanto eu estiver usando bons tijolos meu caminho permanecerá firme."

Quase uma oração. Um apelo real, de coração.
Ele pega sua mochila, pesada como sempre, carregando seus sonhos e projetos. Ele abre a porta, sorri pro dia que se mostra e com seu pé direito enfrenta mais uma vez todo seu caminho...









Raquel. Duarte