segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A cidade estranha.

No trânsito dessa cidade carente eu vejo as horas passarem enquanto fico parada, não sei se acidente ou por tanta gente mesmo, a coisa é sempre desastrada, seja segunda ou sexta-feira.
A música do rádio eu já decorei, até a próxima faixa já faço a previsão mas o trânsito não anda do mesmo jeito, não anda não.

Fico pensando no que poderia estar fazendo em outro lugar, com uma pessoa ao meu lado, e disso um sorriso raro aparece. Do retrovisor o cara de trás espera que eu ande, deposita suas esperanças em mim assim como eu faço com a dona da frente, é tipo uma parceria, uma esperança compartilhada: anda trânsito, anda!


De longe vejo um senhor fardado, gesticulado e apitando pra todo lado, a gente respeita quem usa farda mas não respeita o que não usa nada. Ser humano é estranho, só respeita por medo e não por amor.
Depois da minha contemplação de luzes vermelhas e olhadelas no relógio que anda tanto mais que o normal, começo a pensar em desistir e voltar.... mas oolha só, que novidade, sinal verde de verdade!

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